sábado, dezembro 30, 2006

Sua "Justiça" Não Me Assusta... Me Enoja e Angustia...



George W. Bush. Eleito Para Dois Mandatos de Presidente, Pelo Povo Americano.


Desejo que um dia você perceba que o cargo não é o homem, e que em nome de cargo algum, de respeitabilidade adquirida alguma, alguém pode deixar de agir como só mais um ser vivo, com obrigações solidárias, responsabilidades para com todos os outros, e permissividade ao amor indiscriminado.
Desejo que um dia, você e o povo que o escolheu para líder, percebam que nem todos os povos têm como alvo das suas energias, o ganhar e juntar, o comprar e mostrar, o armar-se e atacar.
Desejo que essa postura típica dos poderosos financeiramente, militarmente, ou por estarem eventualmente investidos de um cargo que lhes dêm poder de decisão sobre outras vidas, possa dar espaço ao respeito pelas diferenças ideológicas, culturais, religiosas e econômicas, sem interesses disfarçados ao apoiá-las, nem mentiras deslavadas ao angariar provas para brutalmente rechaçá-las, na maioria das vezes por puro e perverso exibicionismo.
Que toda essa arrogância e ganância que norteiam suas decisões, lhe façam um dia sentir, o que a maioria dos homens sentiria por agir assim: vergonha;
Que a capacidade de matar, destituir, torturar, que agora não se faz mais acompanhar sequer da costumeira desfaçatez dos seus antecessores, seja substituída pela razão de que cada povo, por mais simples que pareça ser, tem o direito de fazer suas próprias escolhas, dentro das suas limitações e tradições, e no seu próprio ritmo;
Que quando se diz que a felicidade independe de tantos excessos, não é conversa de quem é pobre, e essa pobreza uma resultante da incapacidade. Isso também pode ser uma opção. Uma opção por respeito ao povo vizinho, à pessoa vizinha, à natureza. Uma opção pela felicidade, simplesmente. Felicidade resultante da capacidade de perceber a totalidade da vida sem fronteiras nacionais e internacionais, sem assaltos às riquezas de outros povos e a compra do silêncio de testemunhas; sem exibicionismos, sem extravagâncias, prepotência, e tantos outros adjetivos semelhantes que, hoje mais do que nunca, servem para qualificar você e seu povo - com poucas excessões.

Como presente de ano novo, nesse dia e noite angustiante, ofereço-lhe três exemplos quase díspares mas nunca antagônicos, da nossa adormecida revolta latina.

Che GuevaraArgentino



"Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes perante o que aconteça em qualquer parte do mundo. A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos."





Silvio Rodrigues
Cubano -

Por Quien Mecere Amor



Cuenta Silvio: “Esta cainción la compuse a finales del 81, deciembre se mal no lo recuerdo. Por esa fecha (data) el gobierno de los Estadus Unidos decreto un bloqueo naval alrededor de Cuba y lo llevo a cabo con la excusa (desculpa) de que nosotros los cubanos estabamos enviando armas a El Salvador. Cosa de ellos. En el caso de que eso foara cierto, y en el caso de que fuera necesaria una respuesta a un sentimiento de solidaridad, de amor como podiera ser ese, a un gesto de esa envergadura, esta canción pretende ser esa respuesta.”



Te molesta mi amor,
mi amor de juventud,
y mi amor es un arte
en virtud.

Te molesta mi amor,
mi amor sin atifaz,
y mi amor es un arte
de paz.

Mi amor es mi prenda encantada,
Es mi extensa morada,
Es mi espacio sin fin.
Mi amor no precisa fronteras;
como la primavera,
no prefiere jardín.

Mi amor no es amor de mercado,
porque un amor sangrado
no es amor de lucrar.
Mi amor es todo cuanto tiengo;
si lo niego o lo vendo,
¿para qué respirar?

Te molesta mi amor,
Mi amor de humanidad,
y mi amor es un arte
en su edad.

Te molesta mi amor,
mi amor de surtidor,
y mi amor es un arte
mayor.

Mi amor no es amor de un solo,
sino alma de todo
lo que urge sanar.
Mi amor es una amor de abajo
que el devenir me trajo
para hacerlo empinar.

Mi amor, el mas enamorado,
es del más olvidado
en su antiguo dolor.
Mi amor abre pecho (peito) a la muerte
y despeña su suertel
por un tiempo mejor.
Mi amor, este amor aguerrido,
es un sol encendido,
por quien merece amor.



LenineBrasileiro -

Na Pressão.



olho na pressão, tá fervendo

olho na panela

dinamite é o feijão cozinhando

dentro do molho dela

a bruxa acendeu o fogo

se cuida, rapaziada

tem mandinga de cabôco

mandando nessas parada

garrafada de serpente

despacho de cachoeira

quanto mais o fogo sobe

mais a panela cheira

olho na pressão, tá fervendo

olho na panela

dinamite é o feijão cozinhando

dentro do molho dela

a bruxa mexeu o caldo

se liga aí, ô galera

tá pingando na mistura

saliva da besta-fera

chacina no centro-oeste

e guerrilha na fronteira

emboscada na avenida

tiro e queda na ladeira

mas feitiço é bumerangue

perseguindo a feiticeira



Che Guevara

“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira.”
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segunda-feira, novembro 27, 2006

Torturador Mor...

"ECCE HOMO" (Eis o homem) - "De como a gente se torna o que a gente é."
"Nietzsche"

"Quando a mídia internacional divulgou vídeos e fotos mostrando as torturas, humilhações sexuais e outros abusos e violações dos direitos humanos a que os prisioneiros iraquianos eram submetidos na prisão de Abu Ghraib, a revista "Stern", da Alemanha, na capa de uma edição publicou como título, sobre o retrato de George W. Bush: "Moralisch Bankrott" - Bancarrota Moral.
O famoso Seymour M. Hersh, da "New Yorker", revelou que esses abusos e torturas na prisão de Abu Ghraib e também no campo de concentração em Guantánamo, desrespeitando a Convenção de Genebra, não decorreram de inclinações criminosas de alguns poucos soldados do Exército americano, mas, de uma decisão aprovada pelo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, com o objetivo de extrair dos prisioneiros mais informações sobre Al Qaeda e a resistência no Iraque.".

O texto acima transcrito, foi publicado no meu blogg www.rodolfovasconcellos.blogspot.com em 11.09.06 e republicado neste aqui em 26.10.06.

Pois é... Anteontem, a ex-general e ex-comandante da prisão iraquiana de Abu Ghraib entre julho e novembro de 2003, Janis Karpinski, afirmou que foi o ex-secretário de Defesa americano Donald Rumsfeld quem autorizou as torturas no Iraque.
Karpinski, decidiu contar tudo o que sabe porque acha que foi injustamente acusada, uma vez que os interrogatórios não eram de sua competência, mas da Inteligência Militar, que seguia instruções do general Ricardo Sánchez, comandante-em-chefe das tropas americanas no Iraque.
Entre outras coisas, os investigadores descobriram que os interrogadores obrigaram os prisioneiros a vestir sutiã, dançar com outro homem, ficar nu diante de mulheres, imitar um cão, posarem nus e entrelaçados uns aos outros e serem acuados por cães ferozes. Agora, digo eu: Imaginem o que não foi fotografado!... A queixa envolve igualmente cinco juristas da administração Bush, entre os quais está o atual ministro da Justiça, Alberto Gonzales, antigo conselheiro da Casa Branca, acusados de terem elaborado argumentação jurídica para justificar a diversificação de técnicas de interrogatório, incluindo o uso da tortura.
Os ativistas dos direitos humanos querem que Donald Rumsfeld seja julgado por crimes de guerra, e dizem ter provas suficientes para levá-lo ao tribunal. Os advogados garantem que a tortura e os maus tratos foram ordenados ou autorizados pelo ex-secretário da Defesa.
"Um dos objetivos dessa ação é deixar claro que um torturador é alguém que não pode gozar de refúgio seguro", declarou Michael Ratner, presidente do Centro de Direitos Constitucionais de Nova York, um dos grupos por trás do processo judicial. "A ação transmite uma mensagem forte de que isso é inaceitável", declarou.
Antes tarde do que nunca... Essas técnicas sempre foram utilizadas pelos representantes do povo americano, tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz - por sinal, coisa rara para eles - que a cada nova eleição presidencial sentem o “nobre” dever de invadir algum país para alimentar a arrogância, beligerância e prepotência do eleitorado.
Todos os aliados americanos enviam seus carrascos para aprimorar suas técnicas de torturas com eles, e não deixou de ser assim também com o Brasil, durante o golpe militar de 1964.

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quinta-feira, novembro 23, 2006

K a t r i n a: A Fratura Exposta.

Pretos e Pobres... SIM!!!

As imagens que nos chegavam a todo instante dos desabrigados que perambulavam pelas poucas ruas não inundadas de Nova Orleans, ou que se degladiavam dentro do estádio Superdome, não deixavam nenhuma dúvida: eram todas de negros pobres e - fora as gangues de saqueadores que logo se formaram com o intuito principal de conseguir alimentos e se defenderem dos bandidos que também ali foram parar – eram, em sua grande maioria, idosos, obesos, mulheres e crianças. Eram os que não tinham automóvel particular, uma renda suficiente para uma vida digna; eram os que representavam um peso para o Estado. O caos prosseguiu por vários dias depois da ida do furacão Katrina. Não havia policiamento, defesa civil, atendimento sanitário ou médico/hospitalar. Helicópteros lançavam sacos de comida, que se tornavam imediatamente em focos de enlouquecidas batalhas campais. Explosões de substâncias químicas abalavam quarteirões, o odor insuportável dos cadáveres em putrefação anunciava um futuro macabro para aquela população abandonada, e o risco iminente de doenças infecto/contagiosas rondava a todos. Parafraseando Demétrio Magnoli, ”há mais de meio século, durante o bloqueio de Berlim promovido pela URSS, os EUA organizaram a célebre ponte aérea que, durante dez meses, sustentou a metrópole alemã, fornecendo-lhe comida, remédios, combustíveis e até chocolate. A maior operação logística da história, em tempos de paz, mobilizou todos os aviões de transporte americanos e britânicos na Europa, que realizavam, num dia típico, uma média de uma aterrisagem a cada três minutos em cada um dos três aeroportos de Berlim Ocidental. Mas, esse país, não conseguiu proteger ou retirar os refugiados do estádio Superdome, que disputaram alimentos a tapa, sofreram estupros e se viram obrigados a organizarem grupos de autodefesa, para permanecer vivos.”.Não existe nada comparável à logística de guerra americana. No Iraque, as colunas blindadas que capturaram Bagdá numa operação de poucos dias estendiam-se por centenas de quilômetros de deserto, enfrentando forças hostis e tempestades de areia. O país que cumpriu essa missão e tantas outras de ataque a povos e nações espalhadas por todo o planeta, não foi no entanto, capaz de salvar daquele inferno seus cidadãos pobres e negros de Nova Orleans. Nenhuma outro país deixaria seus cidadãos tão desamparados diante de um desastre natural daquelas proporções. Geralmente, em situações daquela gravidade, as nações se dão as mãos, esquecem suas diferenças ideológicas e, principalmente, seu orgulho e soberba, colocando acima deles o bem estar de cada cidadão vitimado: pobre ou abastado, negro ou branco. Desconfio que as cenas de Nova Orleans não ocorreriam em países da nossa empobrecida América Latina, na Coréia do Sul ou mesmo em Cuba que, por sinal, colocou de imediato centenas de médicos à disposição dos seus eternos algozes. Aquelas cenas nos remeteram à situação de falência do poder público típica dos países mais pobres do mundo ou à completa irresponsabilidade de Estados que desprezam a vida das pessoas. Essa primeira premissa, concordo, é questionável por enquanto, mas, com relação à segunda, não tenho nenhuma dúvida de que é inteiramente verdadeira.
Um país que já cometeu as atrocidades que os EUA cometeram em tempos de guerra ou de paz, disfarçadas sempre por notícias favoráveis de uma mídia atrelada apenas a conveniências econômicas, ou acobertadas por resoluções submissas do Conselho de “Segurança” do ONU, dando a tantos atos terroristas americanos, títulos como: “Em Defesa da Democracia”, “Para Libertar Aquele Povo Oprimido”, ou, o que está mais em voga, “Exterminar os Terroristas”, e uma conseqënte aparência de legalidade.

O governo Bush é, obviamente, o culpado imediato pela tragédia, mas, é preciso enxergar a paisagem inteira. “Os EUA não souberam socorrer Nova Orleans pelo mesmo motivo que não conseguem imprimir cédulas eleitorais unificadas ou modernizar seu sistema de voto eletrônico. Desde a administração do outro republicano Ronald Reagan, nos anos 80, quase todo o serviço público americano foi desmontado, até se tornar uma montanha de ruínas. A máquina Federal renunciou ao propósito de atender a população e, como conseqüência, já não existem as repartições, os burocratas, as rotinas e os procedimentos voltados para responder a emergências civis. Nos tempos do faroeste, salvavam-se os que tinham armas. Hoje, escapam os que têm dinheiro.” – diz ainda Demétrio Magnoli.

Diante do furacão Katrina, o governo americano só conseguiu alertar os proprietários de automóveis para abandonarem a cidade. Bem depois do desastre, deslocou do Iraque forças militares com a prerrogativa de atirar contra as gangues que agiram em liberdade na cidade desamparada.

Nova Orleans é um diagnóstico sobre o sentido de uma vergonhosa opção histórica: os EUA sabem matar cidadãos civis, crianças e idosos de outras nações, seja individualmente com suas modernas armas que enxergam à noite e bombas que penetram qualquer superfície, ou seja coletivamente, através dos subsídios aos seus produtos agrícolas ou se valendo das envenenadas bombas nucleares que dizimaram milhares de civis japoneses após a segunda guerra mundial, mas, não sabem, sequer, proteger a vida dos seus negros e pobres.

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A l i m e n t o . . .

Quando avaliamos a gravidade do ato de tirar uma vida, não devemos levar em conta a raça, o sexo ou a espécie a que pertence o indivíduo, mas sim as características do ser individual que está sendo morto, como por exemplo seu próprio desejo de continuar a viver, ou o tipo de vida que é capaz de viver.
Peter Singer - Vida Ética - Pag. 12.
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Pesquisa de Foto - Nadja Rolim
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Reproduzo a seguir, trechos de Editorial do The New York Times:

“O jogo fraudulento de comércio não está apenas semeando a pobreza ao redor do mundo, mas também muito ressentimento. Nas Filipinas, uma ex-colônia americana, nossa política de comércio agrícola é vista como um plano para perpetuar o imperialismo. No Vietnã, um país que foi capaz de reduzir sua pobreza rural apenas quando se desviou de sua ortodoxia marxista e permitiu que empreendedores tivessem acesso aos mercados globais, um exportador de peixes desesperado nos disse: "Nós nos perguntamos se vocês nos desejam mal atualmente tanto quanto no passado". O Congresso americano ignorou até a ciência, para decretar que o bagre do Vietnã, que se tornou popular entre os consumidores americanos, não é bagre, e portanto não pode ser comercializado como tal.
Os países desenvolvidos canalizam cerca de US$ 1 bilhão por dia em subsídios para seus próprios agricultores, encorajando a superprodução, que provoca queda dos preços. Os agricultores dos países pobres não conseguem competir com os produtos subsidiados, mesmo dentro de seus próprios países. Nos últimos anos, os agricultores americanos têm conseguido derrubar o preço do algodão, trigo, arroz, milho e outros produtos nos mercados mundiais a preços que nem começam a cobrir os custos de produção, tudo por cortesia dos contribuintes.
A traição de Washington aos seus princípios de livre comércio, ultrajaram não apenas os países mais pobres, mas também alguns aliados exportadores de alimentos, como a Austrália. O governo Bush podia ter-se unido a países como Austrália e Brasil em Cancún. Nossos representantes de comércio poderiam ter trabalhado para superar tanto os interesses mais mesquinhos do lobby agrícola americano, quanto o próprio protecionismo defensivo dos países em desenvolvimento. Em vez disso, os Estados Unidos se aliaram docilmente ao grupo de países que têm medo da concorrência justa.
Em uma aldeia onde se cultiva algodão em Burkina Fasso, nós vimos um escola com duas salas, mas devido à falta de verbas, apenas uma sala de aula está concluída. O mais embaraçoso para um americano é dar-se conta de que a cultura por trás das políticas agrícolas do nosso país, com suas barreiras comerciais e os bilhões de dólares em subsídios, contribui poderosamente para o atraso e as dificuldades vividas pelos produtores rurais dos países pobres e em desenvolvimento”
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(((O)))

Na Cúpula Mundial da Alimentação, 186 chefes de Estado e de governo apresentaram sua meta de reduzir a quantidade de famintos (815 milhões) pela metade até 2015. Hoje, mais de dez anos depois, a FAO estima que os que estão nessa situação cheguem a 852 milhões, ou seja, cerca de 13% da população mundial, sem alimento diário suficiente para ter uma vida sã.
Com suas subvenções intactas, os Estados Unidos inundam de alimentos baratos e subsidiados as nações em desenvolvimento, destruindo a produção dos pequenos agricultores desses países. O México, por exemplo, cultiva milho por mais de dez mil anos, mas, em razão do Tratado de Livre Comércio da América do Norte – ALCA - que alguns supunham, igualaria o campo da competição comercial, abriu seus mercados para as importações norte-americanas, incluindo o milho. Os produtores mexicanos, a maioria mini e pequenos produtores rurais, não puderam competir contra os gigantes produtores de milho dos Estados Unidos. Embora nos últimos 50 anos as riquezas do Planeta tenham sido multiplicadas por sete, elas nunca estiveram tão mal distribuídas, pois 20% da população mundial detêm 82,7% das riquezas, enquanto os 20% mais pobres vivem mergulhados na miséria, tentando sobreviver com menos de US$ 1 diário; e 60% da população mundial – mais de 3 bilhões de pessoas – com menos de US$ 2.
O hemisfério Norte, onde vive 25% da população global, consome 70% da energia mundial, 75% dos metais, 85% da madeira e 60% dos alimentos. Em todo o mundo, os cerca de 1,3 bilhão de pessoas que vivem na pobreza extrema, não têm acesso sequer a água potável.
Segundo dados da ONU, para responder às necessidades básicas de toda a população do Globo, bastaria retirar 4% da riqueza acumulada pelas 225 maiores fortunas, pois, atingir a satisfação universal das necessidades sanitárias e nutricionais, custaria apenas US$ 13 bilhões. A cada 4 segundos uma pessoa morre de fome. Ou seja, 24 mil pessoas por dia, quase 9 milhões por ano. A fome mata mais pessoas que o terrorismo internacional que, não obstante, é combatido sem tréguas por todos os países ricos, OTAN e ONU, com os EUA à frente.
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segunda-feira, novembro 13, 2006

O Poder Que Vem do Alto.

Gébush Cristo
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A intolerância e alienação dos radicais religiosos cristãos (católicos e protestantes) principalmente os texanos americanos com o sucesso da obra e, principalmente, do filme Harry Potter, deriva da constatação de que: na guerra das “igrejas eletrônicas”, para se ter domínio do universo intelectual de milhões, basta que uma obra se transforme em sucesso e leve as pessoas, enfim, a pensarem. E foi assim que se constatou que não foram poucos os que conseguiram perceber e pesquisar a partir de livros como Harry Potter da escritora britânica J. K. Rowling, ou de outras estórias infantis dos Grimms de Hans Christian Anderson, ou outras de Monteiro Lobato e John Tolkien que falam de magia e iluminam o imaginário infantil com seus personagens de Elfos, Duendes, Fadas e Sacis-Pererês. Os milhões de leitores constataram a partir daí que,os chamados Bruxos e Bruxas, aqueles originais, da Europa Pré-Cristã, não passavam de homens e mulheres que cultivavam uma religião apenas diferente da cristã e possuíam conhecimentos vastos em fitoterapia e medicina natural. Vários livros de acadêmicos e historiadores já falaram sobre isso, mas, como eram lidos por poucos as “pequenas igrejas – Grandes Negócios” e mega-instituições religiosas pouco lhes deram crédito. O horror da época das “caça às bruxas”, tanto por católicos quanto por protestantes, em especial contra as figuras femininas, podem ser melhor avaliadas em aberrações históricas, como no caso da cidade de Trier, na Alemanha, que no século XV mandou para a fogueira, em uma única semana, 798 das 800 mulheres da cidade. Sálen, nos EUA, é também outro caso famoso.
“Lunáticos estão no coração do governo Bush”. Escreveu George Manbiot no “Guardian” de Londres, tomando por base o que aconteceu na convenção estadual do Partido Republicano de Bush, no Texas. Entre os temas domésticos, as abordagens de sempre: Aborto é crime; homossexualismo contraria as verdades vindas de Deus; deve ser combatido e rejeitado qualquer mecanismo de controle ou proibição da posse de armas de fogo; é preciso conter a entrada de imigrantes a qualquer custo.
"O governo Bush é muito mais que a máquina das vontades de um cowboy do Texas, como geralmente se imagina. O presidente está cercado e sustentado por duas coalizões distintas, cada qual com a sua agenda. Uma é a dos neoconservadores republicanos, os neocon – os tais que o conservador Scowcroft considera loucos. Outra é a direita fundamentalista cristã – a turma da Christian Coalition, que abrange os criacionistas, inimigos do ensino da biologia evolucionista." (Newton Carlos, em seu livro "Bush e as Doutrinas das Guerras Sem Fim").
E, na política externa, que nunca foi o forte do Partido Republicano do Texas – motivo do despreparo de Bush nessa área – defesa incondicional da agenda de Israel, país há dez mil quilômetros de distância, mas, de acordo com os participantes da convenção, será lá que acontecerá o ajuste final – leia-se “Juizo Final”. Os republicanos texanos decidiram que Israel tem o direito de ficar com toda Jerusalém e a Cisjordânia ocupada. Nada de devolver parte dos territórios tomados na guerra de 1967.
Os EUA devem pressionar os países árabes para que “absorvam” em seus territórios imigrantes palestinos expulsos de suas terras pelo exército israelense. Para entender o que levou Israel a tornar-se ponto focal numa assembléia de caubóis texanos, é preciso voltar ao século 19. Dois pregadores americanos passaram a usar em seus sermões, textos bíblicos nunca utilizados antes em qualquer narrativa de aparência consistente. “Jesus voltará à terra quando estiverem dadas certas pré-condições. A primeira delas é a criação do Estado de Israel. A segunda, a ocupação por parte de Israel, do restante das “Terras Bíblicas” – o que envolve grande parte do Oriente Médio. Um terceiro templo deve ser construído onde hoje é a esplanada das mesquitas, em Jerusalém. Legiões de “anticristos” se levantarão contra Israel e a guerra conduzirá a um confronto final no vale de Armageddon. Depois disso os Judeus serão queimados ou convertidos ao cristianismo e o Messias voltará à terra.”
O que faz tais cenários tão ao gosto dos cristãos fundamentalistas é uma profecia confortadora: “Antes da grande batalha os verdadeiros crentes serão sugados de suas roupas e colocados numa sala de espera no Paraíso. Desse lugar privilegiado, com a proteção da mão direita de Deus, verão seus inimigos serem massacrados ou devorados.”.
No momento, os verdadeiros crentes trabalham nas pré-condições. Ajudam colônias judaicas nos territórios palestinos ocupados, querem que os Estados Unidos ampliem ainda mais seu apoio a Israel e antevêem o duelo de última instância com o mundo islâmico, eixo do mal, Nações Unidas, União Européia – especialmente a França.
Pesquisadores acreditam que 18 por cento do eleitorado americano pertencem a igrejas ou movimentos que subscrevem essa ignorância.
É preciso se libertar desses intermediários de coisa nenhuma e intérpretes de uma falsa verdade que pululam cada vez mais, ganhando bastante com o medo e a ignorância do povo.
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domingo, novembro 12, 2006

CO2 no Kyoto dos Outros é Refresco!

Como Ele Chegou a Essa Sábia Decisão...
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O Protocolo de Kyoto, acordo sobre o clima global que foi finalmente assinado em novembro de 2001 em Marrakesh, transformou-se em lei em fevereiro de 2005 e será revisto em 2008. Este acordo não apenas exige que os países industrializados reduzam a emissão de gases poluentes durante um “primeiro período de compromisso" em 5.2% até 2012, em relação aos níveis de 1990, mas também recomenda que a comunidade internacional inicie as negociações para os próximos períodos de compromisso, dando um passo adiante na luta contra o efeito estufa.
Os Estados Unidos, o maior emissor de gases poluentes do planeta, decidiu não assinar o Protocolo de Kyoto. Com apenas cinco por cento da população do mundo, eles são responsáveis pela emissão de 25 por cento do principal gás poluente, o gás carbônico. Essa decisão do governo Bush influenciou vários outros países inclusive a Austrália, Japão, e Canadá a discutir se eles deveriam ratificar o acordo, ficando assim numa posição de desvantagem competitiva em relação aos EUA. Enquanto o Japão e o Canadá decidiram enfim assinar o protocolo, a Austrália, o segundo maior emissor per capita do mundo de gases poluentes, disse que não rira assinar. Outros 141 países o ratificaram, inclusive a China, Índia, Nova Zelândia, Rússia e países da União Européia.
A UE tem sido um parceiro importante do Protocolo, negociando incisivamente para que os países indecisos juntem-se ao acordo. A decisão do governo Bush de se retirar do Protocolo foi baseada em estudos sobre o impacto econômico de seus compromissos e não em pesquisas científicas sobre a mudança climática.
Evitar uma mudança climática catastrófica significa reduzir drasticamente a emissão de gazes poluentes que elevam perigosamente a temperatura do nosso planeta. Se essa decisão não for adotada já, haverá impactos significantes nos ecossistemas e milhões de pessoas estarão ameaçadas pelo risco de aumento da fome, malária e inundações, e bilhões correrão o risco de sofrer com a escassez de água. Uma ação internacional imediata deve ser tomada para reduzir a emissão de gases, ou o mundo pode enfrentar danos irreversíveis no clima global num curto prazo.
O governo Bush, no entanto, considera o tratado "fatalmente fracassado" sem a presença dos EUA.
Da Europa à China cresce um consenso que o mundo não pode se dar ao luxo de aguardar outra década para a elaboração de um outro protocolo sobre o clima. Da calota de gelo do Pólo Norte – que já perdeu 40 por cento de sua espessura na última década – até os recifes de coral próximos ao Equador – um quarto dos quais foram mortos pelo aumento da temperatura oceânica ou outras pressões – a Terra está nos dizendo que entramos numa era de perigosa mudança climática que já ameaça toda a população humana do planeta.
Ao rejeitar o Protocolo de Kyoto, o Governo Bush colocou as 180 nações co-signatárias numa posição difícil. A redução do apetite insaciável americano por combustíveis fósseis é crucial para a estabilização do clima da Terra.

A campanha de Bush para presidência foi apoiada e financiada pelas maiores empresas de petróleo dos EUA, que fizeram campanha contra o Protocolo e se opõem a qualquer redução na emissão de gases poluentes. No comando dessas corporações está a maior companhia de petróleo do mundo, a Exxon Mobil – Esso, para nós.

Desde 1990 – o ano-base do Protocolo de Kyoto – as emissões dos Estados Unidos cresceram mais 13 por cento. Na Europa, as emissões aumentaram em apenas um por cento. O aumento das emissões americanas durante os últimos 10 anos equivale ao aumento conjunto das emissões da China, Índia e África – regiões em rápido desenvolvimento que totalizam uma população dez vezes maior que a dos EUA.
Efetivamente, Kyoto é tudo que nos separa de um futuro de tempestades mais intensas e da elevação do nível do mar. Chegou a hora da Europa, do Japão e de outras nações desafiarem os Estados Unidos adotando o Protocolo.

Durante muitas décadas, o mundo dependeu desses arrogantes para a condução dos acordos ambientais internacionais. Mas agora acabou. Contrariamente ao Governo Clinton, cuja oposição a Kyoto era hesitante e opaca, a oposição do Governo Bush é grosseira, clara e irreversível.
Hoje, outros países, unidos pela ação autoritária do governo norte-americano, estão se preparando para assumir uma liderança maior. A Europa tem como aliado o Japão, forçado pelo Governo Bush a abandonar sua aliança tradicional com os Estados Unidos em política climática.
Logo após sua primeira eleição para presidente dos EUA, a imprensa americana noticiou: “Os antecedentes do presidente eleito George W. Bush como governador do Texas não permitem esperar por uma próxima administração norte-americana inclinada à proteção do meio ambiente, embora as cartas ainda não estejam totalmente à vista, afirmam os ecologistas.”
No Texas, Bush designara representantes de empresas petrolíferas e químicas para dirigir o escritório estatal de controle da poluição.
Por essa razão, o candidato do Partido Verde nas eleições de novembro, Ralph Nader, disse que o agora presidente eleito é "uma corporação multinacional com aparência humana"
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Virando o Jogo
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À medida que entramos neste novo século, vai ficando cada vez mais evidente que o neoliberal "acordo de Washington" e as políticas e regras econômicas estabelecidas pelo Grupo dos Sete e suas instituições financeiras - o Banco Mundial, o FMI e a OMC - estão desencaminhadas. As análises de estudiosos e líderes comunitários (...) deixam claro que a "nova economia" está gerando um sem-número de conseqüências danosas e relacionadas entre si - um aumento de desigualdade e da exclusão social, um colapso da democracia, uma deterioração mais rápida e extensa do ambiente natural e uma pobreza e alienação cada vez maiores. O novo capitalismo global criou também uma economia criminosa de amplitude internacional que afeta profundamente a economia e a política nacional e internacional dos diversos países. O mesmo capitalismo põe em risco e destrói inúmeras comunidades locais pelo mundo inteiro; e, no exercício de uma biotecnologia mal-pensada, violou o caráter sagrado da vida e procurou transformar a diversidade em monocultura, a ecologia em engenharia e a própria vida numa mercadoria.

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Fritjof Capra

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em "As Conexões Ocultas" Cap. 7.

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quarta-feira, novembro 08, 2006

O Apocallípse do Átomo - "Assassinos..."

Hiroshima e Nagasaky
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Dezenas de Milhares de Seres Humanos Viraram Pó, Instantâneamente.
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No fatídico dia 06 de Agosto de 1945, movidos além de tudo por uma necessidade de enviar uma mensagem clara à União Soviética sobre a nova arma de que dispunham, por um sentimento indissimulável de vingança pelo ataque japonês à base militar de Pearl Harbor, e pelo seu espírito beligerante e arrogante, aviões estadunidenses se aproximaram do primeiro alvo a sofrer os horrores das armas nucleares. Hiroshima, a então sétima maior cidade japonesa, com 350 mil habitantes, foi atacada por Little Boy - nome dado pelo piloto ao avião que atirou a bomba, homenageando sua própria mãe - que até o fim do ano de 1945, decretou a morte de aproximadamente 150 mil japoneses, dos quais apenas 20 mil eram militares. Não satisfeitos com tamanha atrocidade e apenas três dias depois do primeiro ataque, como se fosse possível preparar uma declaração total de rendição incondicional em três dias, os americanos atacaram a segunda cidade-alvo no dia 09 de agosto. Nagasaki e seus 175 mil habitantes foram as vítimas de Fat Man – homem gordo - segunda e mais poderosa bomba, que vitimou aproximadamente 70 mil seres humanos na contabilidade macabra feita em dezembro de 1945.
Oitenta e seis por cento das pessoas que estavam a até 1 km do centro da explosão foram incineradas instantaneamente. As bombas explodiram ainda no ar, bem nos centros das cidades e pulverizaram escolas, escritórios, prisões, lares, igrejas, veículos e hospitais. No epicentro do ataque, tudo virou pó, não havia cadáveres. Mais longe do ponto zero havia corpos espalhados por toda parte, inclusive de bebês e crianças. Os transportes coletivos completamente queimados, ainda traziam em seus assentos os passageiros, todos mortos instantaneamente, sentados ainda em seus lugares, compondo aquele cenário medonho. Todos os que estavam a quilômetros de distância do epicentro, mas voltados para o local da explosão, cegaram instantânea e definitivamente. A desidratação provocada pelas intensas queimaduras, deixou toda a sedenta população à mercê das águas dos pequenos reservatórios das duas cidades que literalmente ferviam com a intensidade do calor além de estarem terrivelmente contaminadas pela radioatividade.
Os dias imediatos às explosões foram de dor intensa: as pessoas perambulavam aos gritos e gemidos de horror com suas dores e com o que viam. Não sobrou atendimento médico nenhum, alimento algum, uma única gota de água não contaminada; pais tentando inutilmente cuidar das queimaduras nos corpinhos de seus filhos, choravam seu desespero sem saber sequer o que havia realmente acontecido para produzir todas aquelas fileiras de milhares de cadáveres.
Os menos atingidos, vítimas “apenas” da radiação, apresentaram, nos dias seguintes, febre e hemorragias arroxeadas na pele, gangrena e queda do cabelo. Esta morte dolorosa, tão parecida com o envenenamento por gás mostarda na tortura lenta que provoca, não era coisa na qual os americanos desejassem que o mundo se concentrasse após o lançamento das bombas. Afinal, os Estados Unidos da América haviam assinado tratados em 1889 e 1907 que baniam o uso de “armas envenenadas” na guerra. Pior que isso, haviam concordado com uma resolução de 1938 da Liga das Nações que tornava ilegal o bombardeio intencional a civis. Ou seja, com os ataques de Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos simplesmente ignoraram todos os tratados que haviam assinado até então.
Quarenta e cinco por cento da população original das cidades de Hiroshima e Nagasaki, ou seja, 220 mil pessoas aproximadamente, morreram até dezembro daquele ano, mas, estes números estavam ainda longe de representarem a realidade. Milhares morreriam nos anos seguintes por conta das seqüelas deixadas pelas profundas queimaduras e efeitos da radioatividade. Em uma comparação meramente ilustrativa, é como se nos ataques do 11 de Setembro de 2001, ao invés de terem morrido três mil pessoas, aproximadamente quatro milhões de nova-iorquinos tivessem perdido sua vida no World Trade Center. E isso não é tudo, pois os efeitos da bomba não são apenas a morte e a destruição imediatas. Até hoje continuam morrendo pessoas vítimas de câncer herdado geneticamente de seus pais e avós, além de ser possível encontrarmos ainda hoje, milhares de pessoas com deformações físicas, câncer congênito, problemas de esterilidade e outras doenças decorrentes desse atentado monstruoso a civis, elevando o número total de mortos à casa dos milhões.
Os verdadeiros objetivos por trás dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki ficaram obscuros durante muito tempo. Na época foi alegada a resistência dos japoneses em aceitar rendição incondicional, já que os Estados Unidos exigiam a deposição do imperador japonês e eles não aceitavam essa condição. Eisenhower, general americano que futuramente se tornaria presidente, disse que “O Japão estava buscando alguma forma de render-se com uma perda mínima de aparência (...) não era necessário golpeá-lo com aquela coisa.” Com a recente liberação de documentos e diários antes considerados ultra-secretos, hoje já se pode concluir documentalmente que o principal objetivo por trás dos ataques a Hiroshima e Nagasaki foi a necessidade de enviar uma mensagem clara à União Soviética, de que os Estados Unidos tinham em mãos uma arma poderosa e que não hesitariam em utilizá-la caso fosse necessário. Infelizmente para os planos de Truman, a Alemanha havia assinado rendição incondicional em Maio de 1945 logo após o suicídio de Adolf Hitler. A Itália já havia se rendido anteriormente quando da prisão e assassinato de Mussolini. Naquele momento só restara o Japão.
De acordo com Peter Scowen, autor do Livro Negro dos Estados Unidos, “para os americanos, a detonação das bombas em Hiroshima e Nagasaki foram ações militares realizadas contra uma nação despótica que só podia culpar a si mesma pelo sofrimento de seu povo. (...) Havia até um fervor religioso pelo desempenho americano na construção da bomba atômica, pelo menos na cabeça de Truman: “... Agradecemos a Deus por [a bomba] ter vindo a nós ao invés de a nossos inimigos; e oramos para que Ele nos guie para usa-la à Sua maneira e com Seus propósitos...” . Pior que isso, só mesmo uma reveladora pesquisa que mostra o desejo desses assassinos em substituir um genocídio por outro. Ainda de acordo com Scowen, “...Uma pesquisa do Gallup feita em dezembro de 1944 revelou que 13% dos estadunidenses eram a favor da eliminação do povo japonês por meio do genocídio...”
Esse foi o maior crime de guerra já desferido contra a humanidade. Crime do qual jamais seus culpados foram sequer acusados, muito pelo contrário, foram saudados como heróis em todo o mundo simplesmente por terem vencido a guerra e movido uma propaganda capaz de fazer o mundo inteiro se esquecer do horror nuclear e lembrar apenas do holocausto contra o povo judeu.
Mas, muitos não se têm deixado levar pelos encantos de Nova York, pela beleza do Grande Kanyon, pela música negra vinda Nova Orleans ou pela pujança econômica... Muitos não se esqueceram de que o único culpado dessa verdadeira história de horror é a hoje comprovada maior nação terrorista de todo o planeta, os Estados Unidos da América.
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A s s a s s i n o s!...
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O Mal-a

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Apenas Levemente Reprovado nas Urnas em 07.11.2006
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quinta-feira, outubro 26, 2006

O Onze de Setembro, Trinta e Três Anos Depois. Quem São os Terroristas?!!!

"Eu não vejo porque nós temos de esperar e olhar um país tornar-se comunista devido a irresponsabilidade de seu povo". Henry Kissinger, Secretário de Estado Americano no governo de Richard Nixon, laureado com o Prêmio Nobel da
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Não dá para falar de 11 de Setembro sem começar pelo de 1973. Naquele ano, a nação que mais tarde seria vítima coincidentemente na mesma data do ano de 2001, apoiava mais um ato terrorista contra um país livre e seu governo democraticamente constituído, numa decisão já contumaz contra Nações ou Governos que não lhe são simpáticos.
Naquela primeira data, ás 6h30 da manhã, o presidente do Chile, Salvador Allende, foi acordado com um telefonema de um funcionário do governo avisando que a Marinha havia se rebelado no Porto de Valparaíso, a 110 km de Santiago. O presidente logo partiu para o La Moneda, escoltado e levando um fuzil AK-47, presente de seu amigo Fidel Castro.
Pinochet era um dos homens de confiança do presidente e chegou a orientá-lo para renunciar, contudo, a resposta foi negativa. O ataque ao La Moneda teve início às 9h15 da manhã.
Segundo o livro “El dia que se murió Allende”, do jornalista Ignácio González Camus, o presidente, consciente da luta intensa que seria travada ali, escreveu uma mensagem e pediu para que seus assessores militares levassem aos rebeldes: “Diga a seus comandantes que não saio daqui e nem me entregarei. Não vou sair vivo daqui mesmo que bombardeiem o La Moneda. Vou matar-me”.
Enquanto aviões sobrevoavam o palácio do governo, a mensagem do presidente era difundida em rádio. Ao meio dia, começaram os bombardeios contra o palácio. Allende abriu sua janela e gritou aos militares: “Allende não se rende a milicos!” Depois dos gritos desafiadores do presidente, seus últimos combatentes entregaram-se aos militares rebeldes e foi, nesse momento, que se ouviu um disparo. O chefe de Estado do Chile estava morto.
Richard Nixon, na época presidente dos Estados Unidos, apoiou logisticamente o golpe e festejou politicamente a ação golpista de Pinochet.
A partir do dia seguinte ao golpe, o Estádio Nacional de Santiago foi transformado num campo de prisioneiros e tortura. Cerca de sete mil pessoas ali passaram de acordo com a Cruz Vermelha. Começa uma ditadura sanguinária aplicando assassinatos, torturas, desaparecimentos e genocídios sob o nome da paz e democracia.
Para os setores conservadores dos EUA, os governos democráticos de esquerda eram menos toleráveis do que os assassinos alinhados.
Em meio a todo aquele terror, os EUA do republicano Nixon, reconhecem oficialmente o novo governo chileno apenas quinze dias após o golpe. E assim agiram, em nome da democracia, para com todas as ditaduras latino-americanas alinhadas a seus interesses, incluindo aí a que se instalou no Brasil a partir de primeiro de Abril de 1964.
Em 1999, documentos norte americanos sobre o golpe no Chile foram desarquivados, ajudando a esclarecer a responsabilidade de Washington na derrocada de Salvador Allende. Os documentos revelaram as operações secretas da CIA no Chile entre os anos de 1962 a 1975.
Os Estados Unidos realizaram operações com a intenção de que o líder marxista não fosse eleito. Depois acionaram outras operações com a intenção de desestabilizar seu governo e, finalmente, depois do golpe, apoiaram a ditadura de Pinochet.
Poucos dias após os acontecimentos do primeiro 11 de Setembro - 1973 - o escritor alemão Heinrich Böll, portador do prêmio Nobel de Literatura de 1972, perguntava num programa de rádio da emissora alemã WDR: “Quem foi libertado de quê através desse golpe? Os esclarecimentos forçados, já quase sem pudor, de uma parte da imprensa mundial, que justifica o golpe no Chile como uma espécie de ilegalidade preventiva necessária; as suspeitas pessoais e políticas contra Salvador Allende; os prognósticos sombrios de uma iminente catástrofe econômica no Chile - nada disto eliminará o fato de que a legalidade foi rompida no Chile, de que predominam o terror, a tortura, a xenofobia e de que a queima de livros foi declarada como virtude. São os carrascos que cuidam lá, da paz e da ordem”.
Aquele golpe militar foi o sangrento ponto final da política exterior dos EUA contra o socialista Allende, que fora combatido por Washington desde o início do seu governo.
Poucos dias depois da posse de Allende, os Estados Unidos lançaram as suas reservas de cobre no mercado mundial, fazendo com que caíssem rápida e drasticamente o preço do principal artigo chileno de exportação no mercado mundial. Dessa maneira, tornou-se praticamente impossível o financiamento das reformas sociais anunciadas. Ele só pôde concretizar realmente uma única reforma: o pediatra Salvador Allende fez com que todas as crianças chilenas recebessem gratuitamente meio litro de leite, todos os dias, até completarem oito anos de idade.
“Quem são os terroristas?”
“Os Estados Unidos são odiados no Oriente Médio por causa de seu apoio acrítico que soma mais de 3 a 4 bilhões de dólares por ano, sustentando incondicionalmente a ocupação israelense nos territórios palestinos, incluindo o fornecimento de helicópteros, caças F16 e mísseis com bombas de fragmentação usados para reforçar a ocupação” – Phyllis Bennis, do Institute for Policy Studies de Washington.
Nesses mais de cinqüenta anos de luta pela libertação do povo palestino contra a ocupação israelense, todos os ataques impetrados por Israel, foram resultados diretos da política norte-americana para a região. Além de dar total apoio à ocupação da Palestina por Israel, a política externa intervencionista dos Estados Unidos vem há muito, apoiando regimes tiranos na África e na Ásia, promovendo golpes na América Latina, invadindo países soberanos como Granada, apoiando mercenários oposicionistas na Nicarágua e em El Salvador, ou ainda, minando a economia de países considerados hostis, como Cuba e Iraque, o que vem agravando a fome e a morte da população civil mais carente.
Repito: “Quem são os terroristas?”
No Oriente Médio, foi assim mais recentemente, quando um dia depois de assumir a presidência, George W. Bush bombardeou desnecessariamente o Iraque de Saddam Hussein. Entre 1980 e 1988, na guerra entre o Irã e o Iraque, os Estados Unidos alimentaram o até então aliado Saddam Hussein, resultando na morte de 200 mil iranianos.
Três anos depois, o governo de Bush pai, liderou uma coligação militar contra o mesmo Iraque de Saddam na Guerra do Golfo, ocasionando a morte de pelo menos 130 mil iraquianos, a maioria de civis.. Vale lembrar que nessa ocasião, enquanto uma parte da população americana criticava a guerra, a maioria comemorava. Invadiram o Iraque, destruíram toda a infra-estrutura do país que está sendo reconstruída por empresas americanas a preço de ouro (leia-se petróleo), jogaram suas diversas etnias numa luta mortal umas contra as outras, deixaram o país numa guerra civil e, simplesmente, agora dizem ao mundo que realmente não havia nenhuma arma de destruição em massa bem como nenhuma evidência de apoio do governo iraquiano a membros da Al Qaeda.
Foi o “Eixo do Bem” que financiou e multiplicou ditaduras em todo o mundo com o mesmo propósito: defender os seus interesses específicos, que nunca foram os de fazer o bem ao maior número de pessoas. E o “Eixo do Mal”? Com que autoridade moral Bush elege povos como componentes desse “Eixo”?
Nesse tipo de luta, colocada de forma perigosa como um embate maniqueísta, nada indica que os Estados Unidos tenham credibilidade moral para representar o Bem. Além de sustentar o Estado de Israel, o intervencionismo militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, vem condenando milhares de inocentes iraquianos à morte com as sanções econômicas desde a guerra do Golfo, além de dar sustentação a regimes árabes repressores, e interferir em golpes de Estado, como foi o próprio caso dos guerrilheiros afegãos que, com apoio norte-americano, na luta contra a ocupação soviética, formaram o Taleban e tomaram Cabul em 1996.
A visão bipolar do mundo não vem de hoje. Desde a antiguidade, as pessoas eram ensinadas a pensar o mundo de forma maniqueísta.: se os romanos representavam a modernidade, todas as outras civilizações, por mais distintas que fossem entre si, representavam a barbárie. Há poucos anos atrás, na época da Guerra Fria, essa visão bipolar poderia ser percebida facilmente: quem era do bloco capitalista, era considerado bom e quem pertencia ou simpatizava com o bloco socialista, era considerado mau.
Após o fim do socialismo real, o mundo capitalista perdia o seu lado antagônico. Isso representou um potencial prejuízo para as indústrias bélicas americanas, pois, teoricamente, não haveria mais justificativa para os enormes “investimentos” em artefatos de guerra. O Iraque foi o primeiro nessa nova fase a ser içado à condição de mau, após a invasão do Kuwait em 1990, e assim veio a Guerra do Golfo em 1991, quando o mundo ocidental foi ao encontro do oriental para "salvaguardar os ideais democráticos".
Finalmente, dez anos mais tarde, veio o embuste do “11 de Setembro” que serviu para delinear melhor a face do inimigo ocidental, que agora não estaria mais personificado na pessoa de Saddam Hussein, mas, representado no multifacetado “terror” do Oriente, permitindo aos americanos, em nome da Guerra Contra o Terror, atacar qualquer país que lhe interesse, inclusive o Iraque, para terminar o serviço que papai Bush começara. O 11 de Setembro de 2001 ficará marcado como o início de uma nova época. Mais do que um mega-atentado com tons midiáticos, “o mundo ficou consternado” com o drama do gigante ferido. Notável também a satisfação de vários setores norte-americanos após a tragédia, ao perceberem que os atentados legitimavam um governo de índices fracos, eleito pela minoria e numa eleição típica de terceiro-mundo.
Se o atentado terrorista é o mal, quais são as forças malignas?
O poder da mídia fala mais alto e os EUA aparecem como vítimas. Na verdade não são vítimas de coisa nenhuma, e sim as pessoas que morreram nos atentados. Essas, não há dúvidas, são vítimas, assim como foram os milhares de civis japoneses mortos com o bombardeio de Hiroxima e Nagasaki, quando a Segunda Guerra Mundial já estava praticamente acabada, mas, os EUA, queriam mostrar à URSS e ao mundo o poderio do “império americano” com um custo altíssimo de vidas humanas e danos ao ecossistema. Ou ainda, quando armam grupos guerrilheiros como aconteceu no Irã, na Nicarágua ou mesmo no Paquistão e Afeganistão, sob ameaças de invasão daqueles paises caso não se unissem aos americanos em suas investidas.
A partir de 1979, o Paquistão tornou-se um aliado privilegiado dos EUA, pois o ditador Zia Ul Haq acolheu entre 3 e 5 milhões de refugiados afeganes depois da invasão soviética ao Afeganistão.
Foi através do ditador paquistanês que os EUA passaram a dar ajuda financeira e militar à resistência no Afeganistão – a guerrilha mudjahidin – contra a ocupação soviética.
É interessante lembrar que Zia Ul Haq tomou o poder em 1978 após um golpe militar, eliminou a frágil democracia no país e instaurou a Sharia – código islâmico que prevê o açoitamento, a amputação e o apedrejamento até a morte para os criminosos. Uma de suas primeiras vítimas foi o presidente “democrata” que ele havia deposto, enforcando-o em 1979.
Volto a perguntar: “Quem são os terroristas?”
Quando o cristianismo foi o “dono do mundo” ocidental durante o feudalismo, poucos ousaram questionar o seu poder e suas decisões tomadas através da Igreja Católica. Aqueles que o fizessem, seriam também considerados hereges e teriam um único destino: a fogueira. Do mesmo modo, hoje, poucos ousam dizer que os EUA “colhem os frutos da política que implantaram” ao longo do século.
Os “senhores do mundo”, que se auto intitulam os “grandes defensores da liberdade” aparecem como vítimas de uma grande conspiração de forças malignas... Afinal de contas, quem entre nós vai defender os atos praticados naquele último dia 11?
Muitos meios de comunicação reproduziram no dia seguinte uma frase proferida pelo presidente Bush: “Hoje nossa nação viu o mal”. Dizem que os fundamentalistas foram os responsáveis pelo 11 de Setembro de 2001 – "o maior atentado da história", segundo os americanos – 3 mil mortos.
Será que se esqueceram dos 148.000 mortos no holocausto de Hiroxima e Nagasaki?
Será que os 600.000 civis mortos no Camboja na década de 70 por soldados norte-americanos se apagaram da história?
E os judeus de Treblinka, os palestinos da Cisjordânia, os negros do Mississipi e os mais de 1 milhão de mortos na Guerra do Vietnã – da qual os americanos não gostam de ser lembrados?
Sem provas cabais, decidem os EUA destruir o Afeganistão pois, supunham, Osama Bin Laden, treinado e armado pelos próprios americanos contra a então URSS seria realmente uma das poucas pessoas capazes de uma “proeza” como aquela, informaram os seus serviços secretos.
Em 17 de julho de 1996, quando um avião da TWA caiu na costa de Nova York provocando a morte das 230 pessoas, as primeiras suspeitas caíram sobre “algum árabe radical”.
A idéia de atentado permeou o imaginário de milhões de norte-americanos, até ser comprovada a falha elétrica que causou a explosão do tanque de combustível da aeronave.
O pior ataque terrorista sofrido pelos EUA em seu país até então havia sido a bomba colocada em frente a um prédio público em Oklahoma, em 1995, que provocou a morte de 168 pessoas. Novamente a idéia de terrorismo “árabe” foi propagada e, é interessante, como a própria imprensa dos EUA apresentou a frustração do povo quando foi preso o autor, um cidadão norte-americano, Timothy McVeigh, que foi condenado à pena de morte pelo crime, e executado.
Quando a mídia internacional divulgou vídeos e fotos mostrando as torturas, humilhações sexuais e outros abusos e violações dos direitos humanos a que os prisioneiros iraquianos eram submetidos na prisão de Abu Ghraib, a revista "Stern", da Alemanha, na capa de uma edição publicou como título, sobre o retrato de George W. Bush: "Moralisch Bankrott" - Bancarrota Moral.
O famoso Seymour M. Hersh, da "New Yorker", revelou que esses abusos e torturas na prisão de Abu Ghraib e também no campo de concentração em Guantánamo, desrespeitando a Convenção de Genebra, não decorreram de inclinações criminosas de alguns poucos soldados do Exército americano, mas, de uma decisão aprovada pelo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, com o objetivo de extrair dos prisioneiros mais informações sobre Al Qaeda e a resistência no Iraque. A CIA e o Pentágono mantêm prisões clandestinas na Tailândia, Qatar e Afeganistão entre outros países, e esconderam da Cruz Vermelha centenas de prisioneiros, por ordem do próprio Donald Rumsfeld. Durante a audiência de confirmação, o secretário da Justiça, Alberto Gonzalez, confirmou que a CIA não estava proibida de usar tortura ou qualquer método desumano, desde que fosse fora dos EUA.
Muitos prisioneiros foram entregues a outros países, como Egito, Síria, Arábia Saudita, Jordânia e Paquistão, em conformidade com o programa de "rendition" aprovado pela Casa Branca, de modo que fossem torturados por carrascos treinados pela própria CIA - como os torturadores brasileiros treinados após o golpe de 1964 - e ela pudesse receber depois as informações.
O professor Scott Horton, especialista em direito internacional da escola de direito da Universidade de Nova York estimou que centenas de pessoas tenham sido transferidas para outros países e torturadas desde 2001, enquanto o Secretário de Justiça americano buscava redefinir o conceito de tortura, com o uso de termos como "manipulação ambiental" ou "manipulação sensorial", para justificar as suas técnicas de interrogatório.
Não sem razão, no relatório de 2005, a Anistia Internacional comentou que as flagrantes violações dos direitos humanos e das leis humanitárias, "na guerra contra o terror", tornam uma zombaria a pretensão de George W. Bush de apresentar os EUA como campeões globais dos direitos humanos. E provavelmente, foi prevendo o emprego de tais métodos que George W. Bush retirou a assinatura dos EUA do tratado criando a Corte Penal Internacional, para crimes de guerra e contra os direitos humanos, e fez intensa campanha por meio de pressões e chantagem sobre outros países, de modo que não entregassem soldados americanos ao seu julgamento, privilégio que nenhuma outra nação procurou obter.
Puro Terrorismo de Estado.
Sem entrar numa discussão acadêmica, podemos dizer que o terrorismo é a utilização sistemática da violência previsível ou imprevisível, contra regimes políticos, povos ou pessoas. Ou ainda, numa visão psico-sociológica (?), um conflito intratável... O que aconteceu em Santiago do Chile, Nova York e em Washington deve ser visto como terrorismo puro - de Estado ou não - crimes contra a humanidade, mas nunca deveria provocar uma declaração de guerra que pode inutilmente causar mais vítimas inocentes, inclusive norte-americanas, como tem ocorrido com a ação militar para vingar as vidas ocidentais e “dar uma lição de quem pode mais” ao terrorismo. O que nem isso vêm conseguindo.
Os Estados Unidos não podem se achar no direito de querer reparar vidas de civis ocidentais inocentes com vidas de civis orientais inocentes. Para o psicólogo norte-americano Clark Mc Cauley, autor do livro Pesquisando o Terrorismo, “qualquer um de nós é capaz de um comportamento extremista por uma causa que defendemos”.
O terrorismo precisa ser condenado em qualquer lugar do mundo, mas, é preciso aceitar que, se foram os fanáticos que articularam o último atentado do dia 11 de Setembro não eram rebeldes sem causa. Com certeza gostariam de ver as tropas dos Estados Unidos se retirarem da Arábia Saudita, e Israel desocupar os territórios palestinos. A política externa norte-americana encontra-se sim no centro desses terríveis atentados. Assim, torna-se fundamental que, os Estados Unidos, façam um exame mais crítico de sua política externa, para que de maneira mais ampla, possa ser revista a forma dos países ricos inserir-se no mundo e o encaminhamento de questões político-nacionais e sócio-econômicas, para que a riqueza seja distribuída de forma mais justa, e que a miséria e a exclusão possam efetivamente ser eliminadas.
Jéssica Ster, especialista em terrorismo e política externa na universidade de Harvard, afirma que, “...precisamos dar prioridade à saúde, à educação e ao desenvolvimento econômico, ou outros ‘Osamas’ vão surgir. Sem dúvida, o que outros povos pensam de nós deve ser levado em conta. Ser temido somente não é suficiente para garantir nossa segurança”.
O acadêmico norte-americano Lars Schoultz ponderou em National Security and U.S. Policy toward Latin America (Princeton University Press, 1987), “Nenhuma nação que aspira a liderar o Ocidente pode permitir-se a imagem de um vizinho valentão, de uma nação rude, que resolve os problemas pela força. Rambo é cinema, não uma política exterior.”
Infelizmente, não é assim que George W. Bush pensa. Ele se imagina o próprio Rambo em luta contra o “eixo do mal”.
Quem são os terroristas?...
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“Se dou comida a alguém com fome, me chamam de santo.
Se pergunto porquê está com fome, me chamam de comunista”.
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Dom Helder Câmara










terça-feira, outubro 24, 2006

U S U R P A D O R E S . . .

Montagem: Rodolfo Vasconcellos.
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Este texto foi redigido logo após a invasão do Iraque por tropas americanas – 20.03.2003 - portanto, entre o Carnaval e a Semana Santa, e ficou na contra-capa do Cardápio do Farândola, por seis meses.

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Mas, é muita coincidência!...
Essa indecente intromissão na normalidade política mundial que ora presenciamos em solo iraquiano, estaria causando menos indignação em todo o mundo, se o Conselho de Segurança da ONU, tivesse agido, também nesse caso, com a costumeira indecente indiferença, que sempre norteou suas decisões quando envolveram interesses norteamericanos inadiáveis.
O veto francês alertou o mundo. ”Vive la France !”
Essa invasão é apenas a ponta de um imenso iceberg.
O projeto de soberania incontestada dos Estados Unidos, não é do presidente Bush. Ele é apenas uma pequena, embora impmortante, peça do projeto, e esse é anterior à sua eleição. Por isso, o resultado das eleições americanas não poderia ter sido outro.
A guerra preventiva contra o terrorismo, permite aos Estados Unidos, após forjar um justo motivo como esse que agora nos é apresentado, atacar qualquer território e lutar contra o inimigo que apresentar à mídia, quando isso melhor lhe convier, principalmente a partir de agora, que não tem mais vergonha de mostrar ao mundo, que prescinde do aval do Conselho de Segurança da ONU.
Para que tudo isso pudesse ser desencadeado, precisava-se de um fato que causasse comoção mundial, um fato de proporções alarmantes, que justificasse a largada desse plano pelo caubói de plantão. E esse fato ocorreu em 11 de setembro de 2001, com as implosões das torres gêmeas em Nova Iorque, bem no início do Governo Bush, que apressou-se em mostrar ao mundo os culpados (que já conhecia); apresentou as provas que lhe foram trazidas pela CIA; escondeu o que tinha que esconder; efetuou centenas de prisões, e mantém esses prisioneiros até os dias de hoje, incomunicáveis em Guatánamo - base militar americana em solo cubano.
Era tudo do que precisavam os neoconservadores americanos, para dar o pontapé inicial.
Foi mesmo muita coincidência.
Mas... Mr. George Bush - permita-me tratar-te aqui por “Gé” - “tens que tomar cuidado oh Gé ! Em terra alheia, pises no chão devagar, e não fiques de boca aberta em cidade que fores chegando”. Mesmo se essa cidade for nossa querida Olinda!...
Aqui não haverá clima, certamente, para seres o prepotente caubói do apocalipse, mas, após muito ensaio de bloco, talvez um reluzente Caboclo de Lança, ou ainda um dançante Bastião do Boi Bumbá.
Te receberemos, não com as merecidas metralhadoras fumegantes do Campo das Princesas, mas promoveremos teu casamento com a nossa Rainha do Maracatu sob o som das Cornetas de um Batalhão de Jumentos, enquanto Zé Limeira, com mais de Cem Anjos Pernetas, cuidará da recepção.
Tua primeira noite será a dos Tambores Silencioso, onde a Calunga te revelará o Carnaval. E ao veres o Carnaval bem ali, escancarado à tua frente, tenho dúvidas de como reagirás: se como um Leão do Norte, como nós pernambucanos; se como um Boneco do Mestre Vitalino como Tony Blair, ou se assumirás tua real identidade de um Mamulengo de São Bento do Uma.
No dia seguinte, saberás que o teu pedido para conhecer o Farândola fora negado, e essa proibição estendida aos teus conterrâneos e aos de Tony Blair. Ao pressentires o perigo iminente, te travestirás em Frei Caneca no Pastoril do Faceta, e levarás a Flor da Lira para nossa Nova Jerusalém.
Lá, já desmascarado, serás Jesus de Nazaré e de José na cena da Crucificação e, sorrateiramente, cuidaremos para que tudo seja aterrorizantemente real, como as tuas atroadoras bombas de fragmentação sobre Bagdá.
Neste dia então, a Paixão de Cristo da Nova Jerusalém terminará mais cedo, por via das dúvidas, antes da ressurreição. E ali mesmo, com os corações em júbilo, despacharemos tua pobre alma sob um coro comandado por Marrom Brasileiro, com Silvério Pessoa, Denis Raz, Edinho PP, Carlos Nascimento, Mazo Melo, Mestre Salu, Maciel Salu, Racine e Ravel, Aandréia Luiza, e Zeto - em memória - cantando e dançando aos pulos, como numa coreografia de Chiquinho Science:
SALVE OH! TERRA DOS ALTOS COQUEIROS
DE BELEZA SOBERBA ESTENDAL
NOVA ROMA DE BRAVOS GUERREIROS
PERNAMBUCO, IMORTAL!!! IMORTAL!!!
Queres saber quem eu sou ?
Eu sou o Coração do Folclore Nordestino... Sou a Folia que desce aqui de Olinda... Sou Luiz Gonzaga, e vou continuar dando cheiros em meu bem. Tens que tomar cuidado, oh Gé !!!
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Rodolfo Vasconcellos

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bodeguerodez@hotmail.com
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