segunda-feira, novembro 13, 2006

O Poder Que Vem do Alto.

Gébush Cristo
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A intolerância e alienação dos radicais religiosos cristãos (católicos e protestantes) principalmente os texanos americanos com o sucesso da obra e, principalmente, do filme Harry Potter, deriva da constatação de que: na guerra das “igrejas eletrônicas”, para se ter domínio do universo intelectual de milhões, basta que uma obra se transforme em sucesso e leve as pessoas, enfim, a pensarem. E foi assim que se constatou que não foram poucos os que conseguiram perceber e pesquisar a partir de livros como Harry Potter da escritora britânica J. K. Rowling, ou de outras estórias infantis dos Grimms de Hans Christian Anderson, ou outras de Monteiro Lobato e John Tolkien que falam de magia e iluminam o imaginário infantil com seus personagens de Elfos, Duendes, Fadas e Sacis-Pererês. Os milhões de leitores constataram a partir daí que,os chamados Bruxos e Bruxas, aqueles originais, da Europa Pré-Cristã, não passavam de homens e mulheres que cultivavam uma religião apenas diferente da cristã e possuíam conhecimentos vastos em fitoterapia e medicina natural. Vários livros de acadêmicos e historiadores já falaram sobre isso, mas, como eram lidos por poucos as “pequenas igrejas – Grandes Negócios” e mega-instituições religiosas pouco lhes deram crédito. O horror da época das “caça às bruxas”, tanto por católicos quanto por protestantes, em especial contra as figuras femininas, podem ser melhor avaliadas em aberrações históricas, como no caso da cidade de Trier, na Alemanha, que no século XV mandou para a fogueira, em uma única semana, 798 das 800 mulheres da cidade. Sálen, nos EUA, é também outro caso famoso.
“Lunáticos estão no coração do governo Bush”. Escreveu George Manbiot no “Guardian” de Londres, tomando por base o que aconteceu na convenção estadual do Partido Republicano de Bush, no Texas. Entre os temas domésticos, as abordagens de sempre: Aborto é crime; homossexualismo contraria as verdades vindas de Deus; deve ser combatido e rejeitado qualquer mecanismo de controle ou proibição da posse de armas de fogo; é preciso conter a entrada de imigrantes a qualquer custo.
"O governo Bush é muito mais que a máquina das vontades de um cowboy do Texas, como geralmente se imagina. O presidente está cercado e sustentado por duas coalizões distintas, cada qual com a sua agenda. Uma é a dos neoconservadores republicanos, os neocon – os tais que o conservador Scowcroft considera loucos. Outra é a direita fundamentalista cristã – a turma da Christian Coalition, que abrange os criacionistas, inimigos do ensino da biologia evolucionista." (Newton Carlos, em seu livro "Bush e as Doutrinas das Guerras Sem Fim").
E, na política externa, que nunca foi o forte do Partido Republicano do Texas – motivo do despreparo de Bush nessa área – defesa incondicional da agenda de Israel, país há dez mil quilômetros de distância, mas, de acordo com os participantes da convenção, será lá que acontecerá o ajuste final – leia-se “Juizo Final”. Os republicanos texanos decidiram que Israel tem o direito de ficar com toda Jerusalém e a Cisjordânia ocupada. Nada de devolver parte dos territórios tomados na guerra de 1967.
Os EUA devem pressionar os países árabes para que “absorvam” em seus territórios imigrantes palestinos expulsos de suas terras pelo exército israelense. Para entender o que levou Israel a tornar-se ponto focal numa assembléia de caubóis texanos, é preciso voltar ao século 19. Dois pregadores americanos passaram a usar em seus sermões, textos bíblicos nunca utilizados antes em qualquer narrativa de aparência consistente. “Jesus voltará à terra quando estiverem dadas certas pré-condições. A primeira delas é a criação do Estado de Israel. A segunda, a ocupação por parte de Israel, do restante das “Terras Bíblicas” – o que envolve grande parte do Oriente Médio. Um terceiro templo deve ser construído onde hoje é a esplanada das mesquitas, em Jerusalém. Legiões de “anticristos” se levantarão contra Israel e a guerra conduzirá a um confronto final no vale de Armageddon. Depois disso os Judeus serão queimados ou convertidos ao cristianismo e o Messias voltará à terra.”
O que faz tais cenários tão ao gosto dos cristãos fundamentalistas é uma profecia confortadora: “Antes da grande batalha os verdadeiros crentes serão sugados de suas roupas e colocados numa sala de espera no Paraíso. Desse lugar privilegiado, com a proteção da mão direita de Deus, verão seus inimigos serem massacrados ou devorados.”.
No momento, os verdadeiros crentes trabalham nas pré-condições. Ajudam colônias judaicas nos territórios palestinos ocupados, querem que os Estados Unidos ampliem ainda mais seu apoio a Israel e antevêem o duelo de última instância com o mundo islâmico, eixo do mal, Nações Unidas, União Européia – especialmente a França.
Pesquisadores acreditam que 18 por cento do eleitorado americano pertencem a igrejas ou movimentos que subscrevem essa ignorância.
É preciso se libertar desses intermediários de coisa nenhuma e intérpretes de uma falsa verdade que pululam cada vez mais, ganhando bastante com o medo e a ignorância do povo.
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