quinta-feira, agosto 09, 2007

Sobreviventes da Barbárie Americana

Habitante de Nagasaki, dias após a segunda
Bomba Atômica americana sobre civis japoneses.
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Nagasaki: 09 de Agosto de 1945, 62 anos atrás:
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Relato de Katsuji Yoshida, que tinha 13 anos e ainda vive em Nagasaki.
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“Ouvi uma explosão e fui jogado 40 metros dentro do arrozal. A pele de meus braços descascou e ficou pendurada como uma camisa rasgada. Nós pressionávamos folhas sobre a carne para tentar protegê-la. Perdi minha orelha direita com a explosão. Duas de minhas costelas quebraram-se e nunca se emendaram, mesmo 60 anos depois. “Um grupo de mulheres veio dos campos, urrando, para uma das áreas onde casas de madeira queimavam. Muitos estavam mortos, outros feridos. Pernas e braços cortados. Estômagos abertos e intestinos pendurados. Cabeças abertas, cérebros expostos, olhos vazados. Nunca vi coisa mais brutal. “Alguns mergulhavam suas cabeças no rio e nunca emergiam – morriam assim. As pessoas nas montanhas foram atingidas pela chuva negra e por anos sofreram de diarréia. Isso é a bomba atômica: quando você acredita que o pior já passou, ela volta para te assombrar”
Após esse crime monstruoso, os americanos desencadearam uma campanha milionária para tornar os crimes nazistas piores que os seus, e acusarem os japoneses de burros e insensíveis diante da proposta de rendição incondicional apresentada dias antes.
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Crianças de Trang Bang,
queimdas pelo Napalm americano.


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Vietnã, 37 anos atrás:
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Phan Thi Kim Phuc, a garotinha que corre em desalento por uma estrada próxima de Trang Bang, no (então) Vietnã do Norte, sentiu na pele o que é ser um desses sobreviventes. Os americanos descobriram, depois de matarem milhares de compatriotas e vietnamitas, que havia sido um equívoco enviar suas tropas e protagonizar barbáries tão longe de casa, no Sudeste Asiático. Foi com bombas incendiárias de gás napalm - arma química devastadora - que eles destruíram o templo budista em que Phan e a família se escondiam dos bombardeios americanos. Mutilaram, entre milhares de outras crianças, a menina inocente de apenas nove anos, salva por Nick Ut, o fotógrafo que a transformou em símbolo dos órfãos da mãe de todas as mazelas: a disposição humana para guerrear. Phan comoveu o mundo – hoje, aos 46 anos, é enfermeira formada em Cuba e vive no Canadá.



Criança do Bairro Xiita de Sadr City, hoje,
após amputada e medicada no Sadr City Hospital.
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Iraque, 08 de Agosto de 2007, 37 horas atrás:
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Bombardeios americanos despejaram ontem toneladas de bombas sobre o bairro de Sadr City, em Bagdá, deixando dezenas de mortos, todos civis, na maioria crianças, mulheres e anciões, segundo informações do Sadr City Hospital.
Hoje, um dia e meio após, o bairro todo saiu em peregrinação pelas ruas da cidade, após enterrarem os 30 xiitas mortos pelo bombardeio.

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