sexta-feira, agosto 15, 2008

BUSH'a Vida! Eu Não Quero Que a Minha Dependa Desses Dois PUTIN's

Movendo os peões.



O mundo assistiu a uma mini-guerra no Cáucaso este mês. Incomodados com todos os flashes e holofotes direcionados para a China, Bush e Putin, no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de 2008, trocaram escaramuças. A retórica, embora apaixonada, foi muito irrelevante. A geopolítica é uma série gigantesca de jogos de xadrez a dois, nos quais os jogadores buscam vantagens de posição. Nestes jogos, é crucial saber as regras que permitem os movimentos. Cavalos não podem mover-se em diagonal.

De 1945 a 1989, o principal jogo de xadrez era jogado entre os Estados Unidos e a União Soviética. Era conhecido como Guerra Fria, e as regras básicas eram chamadas “Yalta”. A mais importante delas dizia respeito à linha que dividia a Europa em duas zonas de influência. Foi chamada por Winston Churchill de “Cortina de Ferro” e ia de Stettin a Trieste. A regra era: não importava quanto conflito fosse provocado na Europa pelos peões, eles não deveriam provocar uma guerra real entre os Estados Unidos e a União Soviética. E ao fim de cada episódio de conflito, as peças deveriam retornar para os postos de onde haviam saído. Esta regra foi observada meticulosamente até o colapso do comunismo em 1989, episódio marcado notoriamente pela destruição do muro de Berlim.

É perfeitamente claro, como todo o mundo observou na época, que as regras de Yalta foram revogadas em 1989, e que o jogo entre os Estados Unidos e a Rússia (a partir de 1991) mudou radicalmente. O maior problema desde então é que os Estados Unidos não compreenderam bem as novas regras. Eles proclamaram a si próprios — e foram proclamados por outros — a superpotência solitária. Em termos de regras de xadrez isto foi interpretado como se os EUA estivessem livres para mover-se pelo tabuleiro da forma que bem entendessem. E, em particular, para trazer os antigos peões soviéticos para sua esfera de influência. Sob o governo Clinton, e de forma mais espetacular sob o de George Bush, os Estados Unidos foram levando o jogo dessa forma.

Havia um único problema: os Estados Unidos não eram a superpotência solitária; e sequer, uma super-potência. O fim da Guerra Fria fez com que deixassem de ser uma das duas superpotências, para se tornarem um Estado forte, em uma redistribuição verdadeiramente multilateral de poder real, no sistema inter-estatal. Muitos países grandes são agora capazes de jogar os seus próprios jogos de xadrez sem ter de pedir licença às duas super-potências de outrora. E eles começaram a fazer isso.

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Parafraseando texto do "Le Monde Diplomatique"

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quarta-feira, agosto 06, 2008

Olimpíadas 2008 - Tentando Desviar a Atenção

Cada um mostra ou esconde o que lhe convém.
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Depois de o presidente dos EUA, George W. Bush, receber na terça-feira um grupo de dissidentes chineses, e de o Congresso americano aprovar resolução cobrando respeito aos direitos humanos no país-sede da Olimpíada, o comitê organizador reagiu de imediato.

O encontro de Bush com os dissidentes foi particularmente um incômodo para a China devido à presença entre os convidados na Casa Branca de Rebiya Kadee, que esteve na prisão por seis anos antes de ser expulsa da China em 2005, de fato a mais conhecida representante da etnia muçulmana uigur da qual provêem os grupos terroristas que pretendem "sabotar" as Olimpíadas.

É assim que os Estados Unidos tratam os terroristas que incomodam os países que não lhe são simpáticos ou que lhes ameaçam pelo poderio econômico e militar.

Que autoridade moral tem o governo americano e o povo que representa para condenar a maneira como a China convive com os direitos humanos? Quantos países a China invadiu nos últimos 50 anos? De quantas guerras participou? Quantas bombas nucleares atirou em civis? E se fizermos estas mesmas perguntas trocando a China pelos Estados Unidos, quais serão as respostas?

Como é que o governo americano não se envergonha de receber terroristas expulsos do território chinês como se fossem representantes da liberdade e dos direitos humanos, enquanto em Guatánamo e em Abu Ghraib torturam, executam na calada da noite, mantêm incomunicáveis e sem direito a defesa milhares de seres humanos de várias nacionalidades, com o perverso e inconsistente argumento de que são possíveis terroristas?

Sun Weide, porta-voz do Comitê Olímpico Chinês, acusou os EUA de tentarem politizar o evento. "Somos contra qualquer tentativa de politizar os Jogos. Essas iniciativas expõem intenção maligna de sabotar a Olimpíada. É uma blasfêmia contra o espírito olímpico e vai contra a vontade de pessoas do mundo todo.

O sucesso dessas olimpíadas incomoda o governo e o povo americano que estão exatamente na contra-mão do sucesso chinês em várias frentes.
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